Dois instantes por vez
na contagem da vida:
a cada ferida, uma cura
a cada dor, escura que seja,
outra vez a faísca.
Vês como meço o horizonte?
Cada passo por vez
e cada vez mais rápido,
até, talvez, o último passo.
Sempre a três o divino se serve,
na espera do último juízo:
fazer-se único e eterno
ao fim de tudo que é breve.
E não são de breves e fugazes
pequenas muitas partes
que se fazem tantos todos:
o absoluto dos incapazes?
É a vitória dos instantes
que a vida nos reclama.
Agora mesmo faltou-me
a destreza, escapou-me
a medida da hora.
De não saber é que se alimenta o mistério.
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desenhos feitos no iphone
3 comentários:
Incrível! É o princípio da imprevisibilidade em um poema dos mais belos. Belíssimo!
Realmente admiro tua escrita.
além do belo poema, como a mai aí em cima disse, adorei as imagens que o acompanharam/complementaram.
Obrigado!
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