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quinta-feira, 5 de março de 2015
domingo, 1 de março de 2015
CINCO POEMAS CEGOS
UM
O barco perdido na madrugada
não sabe se vai no rio ou já é mar
e, por não saber assim quase nada
do que deixou e do que encontrará,
faz de destino as águas que navega,
faz de seu fim, porto, seguir às cegas.
DOIS
Se todas as portas da praça
estão para nós abertas,
as fugas possíveis todas;
se o dia de tão claro cega
esse olhar que em volta vaga,
por que vai assim aqui dentro
as galés de um sentimento
de que a vida está trancada?
TRÊS
Pelo jardim a formiga
herda de mim a cegueira.
Ela perdeu-se da fila
e num mundo em que poeira
são montanhas e avalanches
a formiga, sem a linha
que lhe diz trilha certeira,
não mais volta nem mais segue.
Eu brinco com a formiga.
Somos dois seres entregues.
QUATRO
Chamam luz
das artérias
esse vão,
a passagem
em que o sangue
corre a vida.
A corrida
é vermelha
sem chegada
ou partida.
Gira cega
pelo corpo,
até a morte,
infinita.
CINCO
nunca os olhos nus
míope que sempre fui
sempre através
atrás
das grades
das lentes
vida refratada
ou escura
sempre a fratura
fissura e fissão
núcleo da vida
Escritos entre 23/02/2015 e 25/02/2015
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