domingo, 25 de setembro de 2016

Transcrição de comentário de Claudius Portugal sobre o livro A ETERNIDADE DA MAÇÃ, veiculado na Rádio Educadora da Bahia

Transcrição de comentário de Claudius Portugal sobre o livro A ETERNIDADE DA MAÇÃ, veiculado na Rádio Educadora da Bahia

“Um período de Brasil. O recorte da ditadura militar vista pelo olhar de estudantes que passam da sua luta por liberdade e direitos para a guerrilha e, com isto, a prisão, a tortura, a morte e o amor descritos por um narrador onisciente. Dito assim, parece que já lemos muito disto anteriormente. Mas essas aqui são histórias que, mesmo retratando um tempo cruel, mantêm a ternura, a densidade com afeto, a crueldade pelo carinho e disto tematicamente realiza uma diferença. Mesmo trazendo o rótulo de contos, sete ao total, possui o livro um caráter romanesco ao trazer personagens e cenários que se revezam e constroem a trama. Maria, Jerônimo, Carlos, Lúcia, os militares, os torturadores, a família, a escola, a prisão, e tudo que esta produz. Estupro, pau-de-arara, desaparecimento, uma estrutura circular que faz a leitura ir e vir pra preencher o que o autor deixa como ação para o leitor absorver completamente a história geral, em suas curtas narrativas. Com este tema, um  painel de uma época, dos dramas pessoais ao horror da força das armas, uma linguagem construída na clareza das palavras e de suas cenas, A eternidade da maçã, de Marcus Vinícius Rodrigues, Editora 7Letras, obra vencedora do Prêmio Nacional da Academia de Letras da Bahia, 2016, nos traz no melhor de sua forma o autor como escritor de prosa, afirmando o que já foi visto desde o seu primeiro livro, em 2001, Prêmio Copene/Fundação Casa de Jorge Amado para autores inéditos. Este de poesia. De lá para cá foram mais alguns livros um de poemas, uma novela, três de contos e em cada, um tornando visível, principalmente na prosa, crescimento e segurança na escrita que o marca, como já afirmava desde o início, como um dos nomes representativos da Bahia neste século XXI. É lendo alguns autores, Marcus Vinícius entre eles, que não corroboro com a ideia de que não há hoje uma literatura vigorosa na Bahia. Há,  e com muita gente. O que se precisa é perder o colonialismo que carregamos de outras praças, de eixos sudestinos, e deixarmos de lado com ela a preguiça, a frase feita, como dizia Nelson Rodrigues, o complexo de vira-lata. Para que isto aconteça seria bom iniciarmos conhecendo e lendo quem está escrevendo aqui e agora na Bahia. A eternidade da maçã, de Marcus Vinícius é um bom começo.”

Claudius Portugal para o Multicultura da Rádio educadora.



lançamento de A ETERNIDADE DA MAÇÃ








Resenha sobre A ETERNIDADE DA MAÇÃ na DiversosAfins

Fabrício Brandão resenha A eternidade da maçã na revista DiversosAfins

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