Dedicado a Laerte Coutinho
Um corpo que se mude, ainda que tarde,
de umas calças surradas para o vestido,
há muito ele sabe: vestir é impreciso.
E se esse corpo, por função, domina o risco
e tem firme a mão para o traço fino,
sua mudança de panos faz mais alarde.
Ele se veste e revela-se nova casa
e então se refaz um novo destino:
desenhar desejos mais despidos.
Um corpo que se trace nova forma,
um charme assim característico,
mais que transformar-se, faz arte.
Marcus Vinícius Rodrigues
(Poema feito a pedido do poeta Alex Simões)
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