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segunda-feira, 17 de setembro de 2018
domingo, 10 de junho de 2018
domingo, 25 de setembro de 2016
Transcrição de comentário de Claudius Portugal sobre o livro A ETERNIDADE DA MAÇÃ, veiculado na Rádio Educadora da Bahia
Transcrição de comentário de Claudius Portugal sobre o livro
A ETERNIDADE DA MAÇÃ, veiculado na Rádio Educadora da Bahia
“Um
período de Brasil. O recorte da ditadura militar vista pelo olhar de estudantes
que passam da sua luta por liberdade e direitos para a guerrilha e, com isto, a
prisão, a tortura, a morte e o amor descritos por um narrador onisciente. Dito
assim, parece que já lemos muito disto anteriormente. Mas essas aqui são
histórias que, mesmo retratando um tempo cruel, mantêm a ternura, a densidade
com afeto, a crueldade pelo carinho e disto tematicamente realiza uma
diferença. Mesmo trazendo o rótulo de contos, sete ao total, possui o livro um
caráter romanesco ao trazer personagens e cenários que se revezam e constroem a
trama. Maria, Jerônimo, Carlos, Lúcia, os militares, os torturadores, a
família, a escola, a prisão, e tudo que esta produz. Estupro, pau-de-arara,
desaparecimento, uma estrutura circular que faz a leitura ir e vir pra
preencher o que o autor deixa como ação para o leitor absorver completamente a
história geral, em suas curtas narrativas. Com este tema, um painel de uma época, dos dramas pessoais ao
horror da força das armas, uma linguagem construída na clareza das palavras e
de suas cenas, A eternidade da maçã, de Marcus Vinícius Rodrigues, Editora
7Letras, obra vencedora do Prêmio Nacional da Academia de Letras da Bahia,
2016, nos traz no melhor de sua forma o autor como escritor de prosa, afirmando
o que já foi visto desde o seu primeiro livro, em 2001, Prêmio Copene/Fundação Casa
de Jorge Amado para autores inéditos. Este de poesia. De lá para cá foram mais
alguns livros — um de poemas, uma novela, três de contos — e
em cada, um tornando visível, principalmente na prosa, crescimento e segurança
na escrita que o marca, como já afirmava desde o início, como um dos nomes
representativos da Bahia neste século XXI. É lendo alguns autores, Marcus
Vinícius entre eles, que não corroboro com a ideia de que não há hoje uma
literatura vigorosa na Bahia. Há, e com
muita gente. O que se precisa é perder o colonialismo que carregamos de outras
praças, de eixos sudestinos, e deixarmos de lado com ela a preguiça, a frase
feita, como dizia Nelson Rodrigues, o complexo de vira-lata. Para que isto
aconteça seria bom iniciarmos conhecendo e lendo quem está escrevendo aqui e
agora na Bahia. A eternidade da maçã, de Marcus Vinícius é um bom começo.”
Claudius Portugal para o Multicultura da Rádio educadora.
Resenha sobre A ETERNIDADE DA MAÇÃ na DiversosAfins
Fabrício Brandão resenha A eternidade da maçã na revista DiversosAfins
Veja o link abaixo
segunda-feira, 27 de junho de 2016
sábado, 14 de maio de 2016
A ETERNIDADE DA MAÇÃ - Playlist com as músicas que inspiraram o livro
A ETERNIDADE DA MAÇÃ é o livro vencedor do Prêmio nacional de literatura da Academia de Letras da Bahia. Todos os contos foram inspirados em músicas de Caetano Veloso
Pecado original
[1976] A ALMA DO DIABO
Maria Bethânia
https://www.youtube.com/watch?v=SvsAOZv-QYY
[1972] SOB O SOL QUENTE DE UMA TARDE DE NATAL
In the hot sun of a christmas day
Clever boy samba
[1969] BARCO VAZIO
The empty boat
https://www.youtube.com/watch?v=EjNanbciqSE
Os argonautas
https://www.youtube.com/watch?v=1sXg-XcP9wM
[1964] A FLOR E A ESTRELA
É de manhã
https://www.youtube.com/watch?v=fFmf0BUyMw0
[1974] LONGE DAQUI
Alguém cantando
https://www.youtube.com/watch?v=ha5XJYsIru0
Ele me deu um beijo na boca
https://www.youtube.com/watch?v=BYiaFhJHwTY
[1972] DIGA QUE VOCÊ MORRERIA POR MIM
Shoot me dead
https://www.youtube.com/watch?v=Cz4NwhsV-OE
[1978] QUALQUER COISA QUE SE SONHARA
Odara
Um frevo novo
https://www.youtube.com/watch?v=5vTfcfBPnsw
sexta-feira, 6 de maio de 2016
Prêmio Nacional da Academia de Letras da Bahia
https://academiadeletrasdabahia.wordpress.com/2016/05/06/alb-define-vencedor-de-premiacao-nacional/
Prêmio Nacional da Academia de Letras da Bahia divulga vencedor
Publicado em por academialetrasba
O livro de contos A eternidade da maçã, do autor Marcus Vinicius Couto Rodrigues, foi eleito em 2016 a obra vencedora do Prêmio Nacional da Academia de Letras da Bahia. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (05.05) pela Comissão Julgadora, composta pelos acadêmicos Aleilton Fonseca, Gerana Damulakis e Carlos Ribeiro, que classificaram a publicação como “excelente, com pleno domínio da linguagem e do processo narrativo, em equilíbrio com as ideias e os temas, destacando-se ainda a estrutura orgânica do conjunto dos contos”. Cento e oitenta e oito trabalhos (188), de diferentes regiões do país, concorreram ao Prêmio Nacional ALB – 2016.
Contemplado pelo Edital Arte em Toda Parte – Ano III, da Fundação Gregório de Mattos, órgão da Prefeitura de Salvador, o Prêmio Nacional Academia de Letras da Bahia premiará o vencedor com o valor de R$ 15 mil reais e a publicação do livro por uma editora nacional. A solenidade de entrega será no dia 30 de junho, em ato público na sede da ALB.
Sobre o autor
Marcus Vinícius Rodrigues nasceu em Ilhéus-BA e vive em Salvador. Escreve ficção e poesia. Publicou os livros “Pequeno inventário das ausências” (Poesia, Prêmio Fundação Casa de Jorge Amado, 2001); “3 vestidos e meu corpo nu” (Contos, P55 Edições, 2009), “Eros resoluto” (Contos, P55 Edições, 2010), “Cada dia sobre a terra” (Contos, Ed Caramurê/EppPublicidade, 2010), “Se tua mão te ofende” (Novela, P55 Edições, 2014) e “Arquivos de um corpo em viagem” (Poesia, Editora Mondrongo, 2015). Seu conto “A omoplata” venceu o concurso Nacional de contos Newton Sampaio, edição 2009, promovido pela Secretaria de Cultura do Estado do Paraná. Participou das antologias “Concerto lírico a quinze vozes: uma coletânea de novos poetas da Bahia” (Ed. Aboio, 2004) “Os outros poemas de que falei” (Ed Caramurê/EppPublicidade, 2004), “Tanta poesia” (Ed Caramurê/EppPublicidade, 2005), “Outras moradas” (Contos, Ed Caramurê/EppPublicidade, 2007), “Diálogos: panorama da nova poesia grapiúna” (Editus/ Via Literarum, 2010), “Autores baianos: um panorama, volume 2” (P55 edições, 2014), além de figurar no volume “Anos 2000 – Coleção Roteiro da Poesia Brasileira” (Global Editora, 2009). Mantém o blog: cafemolotov.blogspot.com.
segunda-feira, 20 de julho de 2015
quarta-feira, 24 de junho de 2015
terça-feira, 23 de junho de 2015
sexta-feira, 5 de junho de 2015
EXERCÍCIO: O mesmo disco
Em uma das oficinas do Projeto Escritas em Trânsito, Carol Bensimon propôs os seguinte exercício: escrever um conto com estas frases retiradas de um conto de Caio Fernando Abreu: 1) Ué, você resolveu cuidar de mim, é? 2) O disco tá tocando de novo. Já ouvi esse pedaço. 3) Aqui embaixo diz Produced in China.
O
MESMO DISCO
Por Marcus Vinícius Rodrigues
— Ué, você resolveu cuidar de mim, é?
A mão pegajosa já estava em minhas
costas. Um cheiro cítrico entrou em meu nariz. Pensei que fosse laranja ou
tangerina.
— É essência de bergamota. Não
conhecia?
Não conhecia, mas sabia que mesmo que
não perguntasse nada, ia saber.
— É ótimo anti-inflamatório. Essa dor
logo passa.
As costas relaxavam. Um calorzinho
gostoso começava. Quase me arrependi da explosão. Podia ter tido mais
paciência.
— E alivia o estresse.
Mas a conversa recomeçou. Eu é que era
estressado, eu é que não tinha harmonia com a natureza. Eu é que precisava
abrir o chacra cardíaco, meditar numa luz verde.
— Da uma olhada na cor desse unguento.
Estendeu a mão para a frente do meu
rosto. Verde.
— Você vai ficar bom rapidinho.
As costas ou o chacra? Eu quis
perguntar, mas isso seria recomeçar a briga. Ia voltar aquela história toda do
IChing, sei lá quantos hexagramas, por que eu sou terra, porque não dá pra
viver sem saber a hora exata do nascimento. O mapa astral que nunca fiz, o
livro de Caio Fernando Abreu que eu nunca li, o seu Caio F., o irmãozinho da
Cristiane... já sei, já sei, nem preciso ler pra saber de todas as histórias,
mas eu precisava, insistia, era preciso
rever o lugar da emoção, ali pelas costas, a massagem por trás do peito, era preciso escutar Keith Jarret suavemente.
— O disco tá tocando de novo. Já ouvi
esse pedaço.
Levantou, foi trocar o disco, as mãos
verdes. Minha vontade era não deixar. Toda a sujeira verde que ficaria. Mas, se
fizesse isso, o disco não pararia de tocar e eu teria de ouvir tudo de novo. O
melhor era ficar quieto e esperar que aquela gosma toda entrasse pelas minhas
costas e abrisse de vez o chacra. Me
virei para encontrar o frasco, as costas tinham mesmo parado de doer. Era um
frasco pequeno e redondo, de vidro escuro, um profundo verde garrafa, sem
rótulos nas laterais, mas embaixo tinha uma etiqueta.
— Onde você encontrou isso?
— Na chapada, claro. É natural. Você devia ir comigo da próxima vez. Ia ser
ótimo para você.
O disco recomeçou. O outro lado. Vinis
tem dois lados, eu tinha esquecido. Eu sabia que não ia escapar sem luta. Então
eu disse:
— Aqui embaixo diz Produced in China.
* Enfiei uns trechos de Bruna Lombardi pelo meio.
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